por STELLA MENEGHEL
A obrigatoriedade da instalação de caixa de gordura nos imóveis residenciais e comerciais pode reduzir os transbordamentos de esgoto pela cidade, que acabam poluindo os rios.
A Sanepar aponta o entupimento da rede de esgoto por gordura como a principal causa dos vazamentos. A obrigatoriedade da instalação caixa de gordura está prevista em projeto de lei da vereadora Maria Ângela Santini (PT), aprovado em primeiro turno na última terça-feira.
Pela proposta, que ainda precisa passar por uma segunda votação na Câmara, os imóveis novos só terão seus projetos de construção aprovados pela Prefeitura se previrem a instalação da caixa de gordura. Os já construídos também teriam que fazer a instalação num prazo de até 12 meses para isso.
Para evitar o despejo da gordura na rede de esgoto, os ocupantes dos imóveis terão de limpar a caixa periodicamente. A gordura deve ser colocada em sacos plásticos e jogada no lixo que vai para o aterro controlado. “A pessoa pensa que a gordura que ela joga fora é pouca, mas se pensar na cidade inteira, isso se multiplica de uma forma e assim podemos ver o impacto que essa gordura causa”, destaca o assessor de Recursos Hídricos da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), João Batista de Souza, que também é integrante do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consemma).
O impacto relatado por ele pode ser verificado na tubulação da rede de esgoto. “Temos diariamente cinco equipes que atuam na lavagem da rede, principalmente devido ao entupimento que a gordura causa. E isso piora no inverno. Com relação aos transbordamentos, a maior parte acontece devido ao excesso de gordura, principalmente na região central, onde há muitos restaurantes e bares, que eliminam gordura em maior quantidade”, explicou o gerente regional da Sanepar, Sergio Bahls.“O esgoto no Brasil é muito mal utilizado. Jogam de tudo, como se fosse lixo. Mas tem muitos itens que não deveriam ser destinado ao esgoto, como o óleo de cozinha”, enfatizou o gerente. Ele ainda afirmou que a gordura despejada dificulta o tratamento do esgoto. “A gordura forma uma escuma, uma nata de nos reatores, e temos que tirar manualmente”, explicou.Bahls disse que não há tratamento para a gordura, de forma que parte acaba sendo despejada nos rios depois que o esgoto é tratado. Para evitar isso, a gordura que a Sanepar consegue retirar do esgoto está sendo destinada a um projeto experimental em parceria com a Emater para uso em culturas agrícolas.
JORNAL DE LONDRINA
Domingo, 1º de abril de 2007